A Estátua de São Longuinho localiza-se no Santuário do Bom Jesus do Monte, datada do ano de 1819. Na freguesia de Tenões, na cidade e concelho de Braga, distrito de mesmo nome, em Portugal.
Segundo a crença, São Longuinho foi um dos soldados presentes na crucificação de Jesus Cristo, que depois se converteu. Na tradição popular, o santo é venerado por auxiliar na busca por objetos perdidos.
Para a cidade de Braga, a estória “que nos traz cá hoje” é outra. A Lenda de São Longuinho de Braga:
Há uma curiosa tradição em Braga, pela festa de São João,
envolvendo a estátua de São Longuinho e o Santuário do Bom Jesus do
Monte. Nesta época, algumas raparigas namoradeiras andam à volta da
estátua de granito, proferindo orações, com objetivo de apressar o seu
casamento.
De acordo com uma antiga lenda local, um lavrador muito rico, de nome
Longuinhos vivia nos arredores da cidade, perto do Bom Jesus. Solteiro e
recatado, era estimado por todos na comunidade. As raparigas solteiras
não lhe eram indiferentes, uma vez que entreviam nele um excelente
partido, embora nenhuma o impressionasse particularmente.
Certo dia, Longuinhos apaixonou-se por uma rapariga chamada Rosinha, e
entendeu que era o momento de partilhar a sua fortuna. Para esse fim,
informou-se quem era o pai dela, e procurou-o. Identificou-se e
comunicou-lhe as suas intenções, pedindo a mão dela em casamento. O pai
dela, entretanto, mostrou-se um negociador difícil, e apenas cedeu
quando Longuinhos lhe prometeu uma pensão.
Pedro, era esse o nome do pai de Rosinha, chamou-a e comunicou-lhe
que Longuinhos pedira a mão dela em casamento e que ele, como pai, a
dera. A rapariga ficou lívida, pois amava outro rapaz, de nome Artur, e
diante do altar do Bom Jesus, havia lhe prometido casamento. O velho
pai, com medo de perder o negócio que fizera, armou tal espalhafato que,
a filha, apavorada, acabou por dizer-lhe que casava com Longuinhos.
Saiu a tremer de ao pé do pai e recolheu-se ao seu quarto, onde,
chorosa, começou a orar, apelando a São João. Eis que, de súbito, ouve
uma voz dentro de si que lhe dizia que tivesse calma, que tudo se
arranjaria.
A voz era a de São João, que dali foi ter com Longuinhos, que também
se encontrava em meditação. Dirigindo-se ao lavrador, São João
argumentou que, se Longuinhos era tão seu amigo, não seria capaz de
estragar a felicidade dos dois jovens que tanto se amavam. Reparou ainda
a Longuinhos a desastrosa maneira de falar com o pai de Rosinha,
tentando-o com dinheiro.
Longuinhos então caiu em si e compreendeu que, se a rapariga amava
outro, e era correspondida, ele não tinha o direito de destruir a
felicidade de ambos. Assim o disse ao santo, que ficou muito contente, e
acrescentou:
"- Se me consentes, São João, eu
próprio serei o padrinho desse casamento! Sei que precisam de um bom
começo de vida e eu me encarregarei disso. Quanto ao meu amor, cá o
entreterei até que se desvaneça!"
O santo correu então a avisar a rapariga, para que preparasse a boda
com Artur, pois arranjara-lhe um bom padrinho. O velho Pedro foi quem
ficou a perder, mas lá se consolou como pôde.
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